quarta-feira, 13 de maio de 2009

Sobre a ida Durão Barroso para Bruxelas e as bandeiras do Euro2004


("Público", 26 de Junho de 2004)

O cabeça-de-lista do PPM, Frederico Duarte Carvalho, afirmou em entrevista à Agência Lusa que o apoio a Durão Barroso "apenas porque ele é português" ou ao Tratado de Lisboa apenas porque ostenta o nome da capital portuguesa são "sentimentos tão parolos quanto a história das bandeiras de Portugal durante o Euro 2004". A propósito do assunto das bandeiras, importa recordar o que na altura disse, por exemplo, o candidato socialista/republicano Vital Moreira:

"Deprimidos pela recessão sem perspectivas, carenciados de causas mobilizadoras, vestimos as janelas e varandas de bandeiras nacionais, num insólito excesso patrioteiro, em penhor da ambicionada glória nos estádios do Euro 2004. É o reino da futebolândia em todo o seu esplendor; só falta substituir a esfera armilar pela imagem de uma bola de futebol. Comparadas com a exaltação futebolística, as eleições europeias parecem cada vez mais um 'fait divers'. Simbolicamente, a bandeira azul da UE como que saiu de cena...".

E ainda este texto, intitulado, de "Mal a pior": "Como se não bastasse o estendal público de bandeiras nacionais, a Federação Portuguesa de Futebol apela agora a que, além das bandeiras, se 'acendam velas e se manifeste fé' em apoio à selecção nacional de futebol. Só falta mesmo pedir que se façam promessas de peregrinação a Fátima. Não será também de pedir a Scolari que encomende a equipa a um candomblé da Bahia".

E, finalmente, eis o que também escreveu Frederico Duarte Carvalho há 5 anos:



"Uma das provas da queda moral de uma Nação é isto.
Quando existe a ideia de que se pode fazer uma coisa destas e sair impune, é sinal de que o país está falido como Nação. Pelo menos o que existe debaixo das cores desta bandeira, vulgarizada, ultrajada, que é usada e exaltada para a exploração comercial debaixo do pretexto do apoio a uma equipa desportiva. Gosto de futebol e sou pela selecção, mas como me preocupo com o meu País, chego facilmente ao aparente sentimento contraditório de esperar pela derrota desportiva. É para que se salve o pouco que ainda há para salvar...
Talvez com outras cores..."
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